segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Karl Marx e o conceito de mais valia analisado grosso modo:


Há um tempo atrás, em meu post "Karl Marx e os modos de produção", eu escrevia a respeito do materialismo histórico e de como o pensador desenvolveu sua teoria. Porém, um dos pontos mais relevantes do estudo de Marx trata-se do conceito de mais valia, segundo o qual, o trabalhador trabalha horas a mais para enriquecer o patrão. 
Para entender esse conceito, é preciso entender que para Marx a relação de trabalho é composta de iguais. O patrão é dono das máquinas, mas o trabalhador é dono de sua força de trabalho. Ou seja, ambos são proprietários. 
Porém, no capitalismo, o patrão explora o operário a medida em que não paga por toda a jornada de trabalho, mas se apropria de parte dela. Isso ocorre com patrões do mundo inteiro, que assim, enriquecem rapidamente e dobram de capital.
Talvez por isso mesmo, o mundo do trabalho divida as pessoas em classes sociais. formando um abismo entre elas. Se por um lado se prega que todos podem alcançar o sucesso, por outro, fica inviável numa relação onde há desigualdade. Para Marx, a sociedade capitalista se desenvolve em torno da luta de classes.
Na mais valia, Marx explica o óbvio, que o trabalhador não é recompensado na medida exata do seu esforço produtivo. Ao contrário, o patrão sempre sai lucrando nessa relação, ficando com a maior parte para si e enriquecendo as custas do trabalho de seus funcionários. Uma relação que era pra ser igual, termina pendendo para o lado do mais forte, no caso o patrão, que detém os meios de produção (as máquinas).
Sendo assim, se explica as dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores do mundo todo, que muito se doam e pouco recebem. Além disso, os patrões muitas vezes não dão as condições de trabalho ideais para o trabalhador, explorando-o duplamente.
Enfim, o estudo marxista baseia assim o seu pensamento que tem ultrapassado os seculos, sendo ainda muito discutido, porque próximo ao cotidiano de muitos. 

domingo, 22 de setembro de 2013

Sociedade disciplinada e sociedade do controle:

Para abordar esse tema, é preciso mergulhar no pensamento de dois grandes pensadores do século XX. O primeiro, Michel Foucault, filósofo francês, que até os anos 80, deu aulas no College de France, dando uma imensa contribuição para a filosofia do século passado, elaborando trabalhos que são referencia para muitas ciências humanas e sociais até a atualidade. O segundo, Gilles Delleuze, amigo do primeiro, embora um pouco mais velho do que este, também professor universitário (na Universidade de Lyon) e filósofo. O fato é que ambos fizeram análises da sociedade contemporânea, que além de relevantes, permanecem atuais.
Na analise de Foucaut, vivemos na sociedade disciplinada. Ou seja, desde a mais tenra idade, as instituições vão disciplinando o individuo, ou seja, dando-lhes os parâmetros que devem ser utilizados para a vida em sociedade. Assim, a família, a igreja, a escola, o quartel, o hospital ou a prisão, tem o objetivo comum de adequar o individuo em ações que são esperadas dele ao longo da vida. 
A família, por exemplo, transmite ao individuo a educação que envolve desde a orientação fisiológica à orientação moral, bem como o faz a igreja, que orienta a moral, a fé e a espiritualidade e assim todas as instituições vão educando ou re-educando (como no caso da prisão) o individuo. Assim se estabelece, portanto, a sociedade disciplinar
Na sociedade disciplinar, os indivíduos que de alguma forma cometem atos indisciplinares, são punidos para que possam posteriormente ter contato com a sociedade. Explica-se assim, a existência de clinicas de recuperação de viciados, por exemplo. As pessoas que mergulham no vício tem a oportunidade de se recuperar, para voltar ao convívio social.
Nos estudos de Gilles Delleuze, a sociedade disciplinar não é uma novidade. Ao contrário, ela existe desde o século XVIII, mas para ele, estamos numa transição para a sociedade de controle, onde há um controle social dos indivíduos através dos estudos permanentes, onde a pessoa humana estuda o tempo todo e é avaliada para se ter o controle do seu aprendizado, ou seja, daquilo que se espera que ela saiba.
Para Delleuze, a aplicação disso se dá na avaliação e na formação continuada. A pessoa vive se preparando para ter acesso a uma meritocracia. Vive melhor na sociedade quem tem mais mérito, portanto. Trazendo esse pensamento para a sociedade atual, vemos que ele muito se aplica aos dias atuais, onde as provas garantem o acesso aos estudos (vestibular), ao trabalho (concurso público) e até mesmo vantagens no emprego (prova do mérito).
Contudo, a obra de Foucault não está de todo desatualizada, pois ainda hoje, há quem goste de determinada religião porque aprecia a "doutrina" dela, ou seja, vivemos numa mescla de sociedade disciplinada com sociedade do controle.


A sociedade disciplinar, de Michel Foucaut.


A sociedade do controle, de Delleuze.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Jean-Jacques Rousseau e o seu contrato social:


Falar de Jean-Jacques Rousseau é sinônimo de falar de contrato social. Sua obra Do contrato social, tão famosa até os dias de hoje é referencia para o Direito, a Política, a Filosofia, a História, etc. Filósofo do século XVIII, Rousseau foi um dos percursores das ideias iluministas, e também um dos fundadores do romantismo. Suíço de nascimento, o que o destacou grandemente foi o fato de ter formado seus estudos de maneira autodidata. Homem feito, parte para Paris, onde entre outras coisas, trabalha com música.
Sua vida é muito contraria a suas obras. Ou seja, Rousseau pregava o que não fazia. Mas, falando em Do Contrato Social, é uma obra bastante extensa, na qual o filósofo busca um Estado social legítimo, onde deve-se respeitar a vontade geral, longe da corrupção. Para ele, o poder soberano deve emanar do povo. 
Rosseau pensava que o corpo político deveria respeitar a vontade soberana de seu povo, ou seja, dos cidadãos (o conceito de cidadania, evidentemente se refere aos privilegiados que pudessem votar). O filósofo afirmava que era necessário o povo tomar cuidado na transformação dos direitos naturais (família, liberdade, propriedade) em direitos civis (casamento, demais contratos). Sua máxima é que "o homem nasce bom e a sociedade o corrompe".

Jonh Locke e sua visão de contrato social:



No decorrer do seculo XVII, nasce na Inglaterra, o filósofo Jonh Locke, que com seu pensamento, seria não apenas um dos percursores das idéias iluministas, como também, a base fundamental para as ideias a cerca da sociedade, para filósofos que o sucederam, cujas ideias nos envolvem mesmo em dias atuais.
Locke está ligado à corrente filosófica do empirismo, segundo a qual, o conhecimento é adquirido pela experiencia sensorial. Essa corrente se contrapõe, ao inatismo, que pregava que algumas coisas as pessoas já nasciam sabendo.
O pensamento desse filósofo é tão importante, porque ao criar a Filosofia da Mente, Jonh Locke abre espaço para um conceito muito explorado pela Psicologia: o "eu". Seu trabalho versa sobre a composição da consciência e da tabula rasa, em que ele demonstra que a mente é uma lousa em branco, que só é preenchida com as experiencias sensoriais de cada um.
Por fim, ele formula um pensamento que ajuda a derrubar o absolutismo na Inglaterra. Ao formular a ideia de direito natural (família, liberdade e propriedade), ele explica que os governos foram criados justamente para garanti-los. Ao não cumprir com a garantia dos direitos naturais, o povo poderia livremente lutar contra o governo.Seu contrato social, portanto, refere-se  ao direito natural.
Jonh Locke em sua filosofia política, critica o direito divino dos reis, ao afirmar que a política é uma invenção humana, que nada tem a ver com questões espirituais, ou melhor, divinas.

Thomas Hobbes e sua visão a respeito da liberdade:


Como todos os homens de sua época (a transição entre os séculos XVI e XVII), Thomas Hobbes foi um homem multifacetado, filósofo, matemático, teórico político. Nascido na Inglaterra, num momento crítico, onde o rei Henrique VIII rompe com a Igreja Católica, o filósofo escreveu uma obra que permanece clássica até os dias atuais. Trata-se da obra: Leviatã, cuja máxima é: "o homem é o lobo do homem". O título de sua obra na época chocou a muitos, pois leviatã é o nome do diabo.
Em sua visão, o conflito entre os homens se dá, porque a excessiva liberdade que o homem tem, torna-o egoísta, centrado em seus interesses, desconsiderando o seu semelhante. Ou seja, está aí justificada a causa das guerras: ambição, interesses próprios, individualismo. 
Contudo, nem só de guerra vivem os homens. Eles empreendem tal ação para alcançar seus objetivos. Passado o momento inicial, os homens almejam a paz, surgem então, os contratos sociais. São criadas leis para que haja uma convivência em sociedade.
Para Hobbes, as leis, no entanto, não são um estado permanente da ordem. Elas duram determinado tempo e tornam-se insuficientes. Trazendo isso para a nossa realidade, fica fácil perceber porque tantas leis se tornam obsoletas.

Direito: leis e normas ao longo da História


Em nossas aulas de sociologia, temos abordado um assunto que desperta o interesse de muitos: o Direito. Como o nome diz, refere-se ao que é correto fazer em sociedade e mais ainda, como as leis surgiram e qual a sua função. 
Desde os tempos mais remotos, o homem percebeu a necessidade de regular a vida em sociedade, ou seja, criar regras que permitissem a todos entender qual a postura correta que deveriam ter na convivência com o seu semelhante. A primeira lei de que se tem noticia é a Lei do Talião, a qual é citada até mesmo na bíblia, cuja máxima é: "olho por olho, dente por dente". Essa lei foi adotada até mesmo pelos babilônios em seu Código de Hamurábi.
Gregos e romanos também criaram leis, aliás, em se tratando de Antiguidade, ambas as civilizações perseguiram mais que outras questões relativas a vida em sociedade, entre as quais, a politica e as leis. 
Na Idade Média, na Inglaterra do século XIII, é elaborada a Carta Magna, cujo objetivo era normatizar a vida em sociedade, concedendo direitos e benefícios aos homens livres. Essas leis (com as devidas adaptações) estão em voga até a contemporaneidade.
A partir da Revolução Francesa, a lei ganha como ideais a igualdade, a liberdade e a fraternidade, de tão fortes, esses ideais iluministas atravessaram os séculos e estão expressos na Declaração dos Direitos Humanos, que a ONU promulgou em 1948.
É evidente que nem todas as leis atendem aos anseios dos cidadãos comuns, porém, elas norteiam a vida de todos em sociedade à medida em que constituem importante parâmetro e regulam a vida em sociedade. Nesse sentido, ter conhecimento do Direito, garante ao homem a plena liberdade que se limita ao que se pode ou não fazer, posto que ele orienta qual o comportamento aceitável em uma sociedade.