quinta-feira, 26 de março de 2015

ESPECIAL GREVE: Cresce o movimento

A greve dos professores paulistas, que está em curso desde o dia 13 de março, a cada dia e semana ganha novos contornos. O movimento cresce em todas as regiões do estado. Do litoral ao interior.  Da capital às regiões metropolitanas. 
O clamor dos professores é um só: respeito e valorização ao magistério. As insatisfações que vem à tona estão pra além da pauta de reivindicações. Ela abraça as dificuldades cotidianas de profissionais que se sentem abandonados por tanto descaso das autoridades que há muito tempo não dedicam o carinho que a área merece. 
Se estamos em crise, a Educação também vivencia esse momento, assim como os demais setores da sociedade. Motivos para a greve não faltam e se multiplicam: violência, superlotação, contenção de despesas, falta de água, desvalorização da carreira. 
Todavia, o movimento tem crescido muito por conta da adesão de pais e alunos que tem se sentido parte e abraçado a causa dos professores, o que demonstra que não são conjecturas e sim uma conjuntura de fracasso no sistema educacional de todo o Estado de S. Paulo.
É preciso registrar que toda greve é política: ela expressa as insatisfações dos empregados com seus patrões. Por tratar-se de funcionários públicos, evidentemente, o caráter político do movimento ganha maior repercussão. Contudo, não é um movimento partidário como muitos querem propor, mas reflete o descontentamento com a reeleição do governador, que após o ganho do pleito tornou visíveis as reais condições do estado - crise hídrica e financeira.
Vejamos o movimento em sua forma natural, ou seja, nas ruas das cidades paulistas (ou bairros paulistanos) com professores mostrando pra sociedade suas insatisfações:


Cordeirópolis: município paulista de 19 mil habitantes, na região de Limeira, concentrou-se na Praça da Matriz pra mostrar a greve docente a toda a população local e nas redes sociais se fez presente.


Itararé: na divisa com o Estado do Paraná, os professores paulistas fizeram uma bonita passeata pelas ruas da cidade, em defesa da Educação Pública de qualidade. Alunos estiveram junto aos professores.


Ribeirão Preto: umas das principais cidades do interior paulista, realizou uma caminhada pacífica e ordeira na qual expressou sua adesão ao movimento grevista pelas ruas do município.


 Capão Redondo: Zona Sul da Capital - professores e alunos em passeata pelas ruas do bairro periférico que acolheu os professores em sua causa.

São José do Rio Pardo: professores recepcionaram o governador com um cartazes e narizes de palhaço.



Itaquaquecetuba - professores se reuniram na praça principal para expor sua condição para a sociedade.


 Itaquaquecetuba - os professores mostram cartazes com sua pauta e pedindo o apoio da população ao movimento.


Itaquaquecetuba - professora  critica a demora do governador em negociar a greve fazendo lembrando a profissão do político.


 Itaquera - Zona Leste: militantes da Apeoesp, do Movimento Mulheres em Luta e do PSTU unidos em torno dos professores no Ato que unificou itaquerenses e são-miguelenses em torno dos professores do extremo leste da capital.


Itaquera - Zona Leste: professores na radial leste mostrando a todos que passaram por Itaquera nesta tarde a greve dos professores estaduais.


Praça da República: acampamento dos docentes em frente a Secretaria Estadual da Educação neste noite. Aula e luta em praça pública com mestres de todas as regiões do Estado.

Essa publicação foi feita com base nas fotos postadas pelos professores nas redes sociais. Muito obrigada a todos que compartilham suas fotos. Registros cotidianos que entrarão para a História.

segunda-feira, 23 de março de 2015

ESPECIAL GREVE: Charges

Desde o último dia 13 de março, os professores do Estado de S. Paulo estão de greve. É um movimento que cresce a cada dia, e que não tem a mesma visibilidade da greve de seus colegas paranaenses ou brasilienses (também ocorridas em 2015) posto que a mídia (sobretudo televisiva) não vem noticiando as multidões de professores que vem ocupando as ruas de São Paulo nas últimas sextas-feiras. 
Se por um lado a opinião pública vem se calando sobre o assunto (de suma importância para toda a sociedade), por outro, artistas talentosíssimos vem dando o seu apoio aos professores paulistas. Na postagem "O apoio de Clóvis", publicada no último sábado, fica evidente esse apoio, carinho e homenagem prestada por chargistas solidários aos mestres (com carinho). 
As charges são ilustrações que satirizam uma realidade política, normalmente usam da caricatura para se expressar e assim destacar uma situação que aos olhos do chargista merece destaque, gerando assim uma reflexão sobre o assunto. Charge é uma palavra de origem francesa e significa carga. No Brasil, as charges sempre estiveram presentes nas críticas ao governo, desde os tempos de Brasil Império, quando a imprensa da época publicava charges que criticavam o imperador D. Pedro II, por exemplo:
Vejamos algumas charges que aludem à greve dos professores:

Charge 01: Do site Brasil de fato, mostra a presença militar nas manifestações e assembleias das greves de professores.


Charge 02: Apesar de essa charge  de Latuff ter sido feita por causa da discussão em torno do Movimento Passe Livre, foi resgatada por ocasião da greve dos professores. Motivo: em 15/03, no ato contra o governo federal, as catracas do metrô foram liberadas. Em 20/03, durante a assembléia de professores não, o que gerou filas quilométricas. Dois pesos e duas medidas.


Charge 03: Nesta charge, que circula pelas redes sociais desde janeiro de 2015, o artista critica o governador Alckimin por suas medidas de contenção de despesas, que na prática levaram ao fechamento de salas e consequentemente, a superlotação das que restaram.



Charge 04: Infelizmente não foi possível identificar o autor da charge. Nela, o artista mostra o governador como manipulador de seus funcionários de alto escalão da Secretaria da Educação, na tentativa de conter o movimento grevista.

sábado, 21 de março de 2015

ESPECIAL GREVE: A greve documentada.

A greve é a interrupção dos trabalhos com o objetivo de dialogar com os patrões em torno de uma pauta de reivindicações. O termo tem sua origem em Paris, num porto fluvial onde franceses desempregados se reuniam para discutir questões pertinentes ao emprego no Place de Gréve, seu significado literal é: "terreno plano de cascalho à beira do rio ou do mar". As primeiras greves teriam ocorrido nesse local no século XVIII.
No Brasil, há inúmeros movimentos grevistas famosos encabeçados por operários desde o inicio do século XX. Certamente as greves brasileiras mais famosas são as que aconteceram no final da década de 1970 protagonizadas por metalúrgicos do ABC paulista, mas diversas categorias profissionais entram em greve no país para expressar seu descontentamento: professores, médicos, policiais, garis e etc. 
A greve é um direito constitucional contido no artigo 9º da lei máxima do país. Não é uma falta. É um acordo coletivo decidido pela assembléia da categoria que a legitima e assim tenta estabelecer negociações com os seus superiores. Quem trabalha na intermediação dessa negociação é o TRT - Tribunal Regional do Trabalho, órgão responsável por julgar seu mérito. Todo o processo de negociação é documentado. 
Vejamos a documentação pertinente a Greve dos Professores Estaduais de São Paulo em curso:


 Ofício 01: Antes da Assembléia que decidiu pela greve, em 10/03/2015, a presidente do sindicato dos professores (APEOESP), enviou um ofício ao Secretário da Educação propondo um diálogo, o qual não obteve retorno satisfatório.


  Ofício 02: Imediatamente após a Assembléia de 13/03/2015 que deflagrou a greve, o sindicato envia um documento comunicando a greve da categoria e submetendo uma pauta de reivindicações para ser apreciada e para que possa iniciar a negociação. Neste caso, o ofício é enviado diretamente ao governador.



Ofício 03: Um documento semelhante ao que fora enviado ao governador é encaminhado para o Secretário de Educação.




Ofício 04: Mais uma vez o sindicato pede para estabelecer diálogo com o secretário da Educação de São Paulo, em 18/03/2015. No documento são citados outros semelhantes que permaneceram sem resposta.


Ofício 05: Semelhante ao documento anterior enviado ao secretário de Educação é enviado para apreciação do governador.


Ofício 06: A pauta de reivindicações é novamente enviada ao governador. O objetivo é que haja negociação e que se possa chegar a um acordo que seja bom para ambas as partes.

sexta-feira, 20 de março de 2015

ESPECIAL GREVE: O apoio de Clóvis!


Paulo Stocker, cartonista brasileiro, elaborou uma tirinha em apoio à greve dos professores estaduais de S. Paulo que vem sendo ignorada pela imprensa tradicional.


Em greve, os professores estaduais, são ignorados pela mídia,  mas sua luta é vista com muito carinho por pessoas sensíveis a causa dos educadores, que exigem valorização e respeito a sua carreira. Em todo o estado,  diversos setores da sociedade tem apoiado a greve.
Após o ato público de ontem,  em que mais de 60 mil professores tomaram as ruas de São Paulo, o artista plástico, cartunista e muralista Paulo Stocker, reconhecido internacionalmente por seu brilhante trabalho,  se sensibilizou à causa e nos homenageou com uma charge de sua personagem mais famosa: Clóvis.
Clóvis reconhece a importância dos professores para feitura de uma sociedade mais justa e próspera. Que todos possam ver e reconhecer que a nossa causa é de todos, afinal, a base de toda a conquista é o professor! 

ESPECIAL GREVE: A greve continua!

Debaixo de uma baita chuva, mais de 60 mil professores paulistas, vindos de diversas regiões do Estado de São Paulo, se reuniram no vão livre do MASP em Assembléia e decidiram pela continuidade da greve iniciada na sexta-feira passada (13). O governo do Estado de São Paulo e sua secretaria de Educação esta semana decidiram ignorar o movimento, que cresce a cada dia e se fortalece cada vez mais diante de tanta insatisfação com a precarização do sistema educacional público paulista.



A Assembléia optou pela continuidade da greve nesta tarde chuvosa.

Um dos motivos que tem impulsionado o crescimento do movimento foram as declarações (infelizes) do governador Geraldo Alckimin, que no sábado (14) disse que "todo ano é essa novela", referindo-se as greves estaduais de professores, movimentos que ocorrem quase que anualmente no estado que é administra há mais de 20 anos pelo seu partido e por sua própria pessoa. Isso por si só, já demonstra que o descontentamento não é pontual, mas recorrente.

Muitos professores têm protestado pela fala infeliz do governador comparando o movimento a uma novela.

Apesar da multidão incontestável, o governador e seu secretário de Educação não se pronunciaram em relação a negociação das pautas da greve, que incluem aumento de salário e melhores condições de trabalho, a reabertura de salas fechadas e o fim da superlotação das salas de aula, bem como o fim da duzentena que deixa professores contratados desempregados e alunos sem aula. Nas ruas da cidade, os professores pediram o apoio da sociedade:


Cartaz pedindo o apoio dos pais dos alunos.

Após a decisão pela continuidade da greve, os professores fizeram uma enorme passeata pela Avenida Paulista e Rua da Consolação. Pelo centro financeiro da capital paulista os professores demonstraram sua luta legítima para toda a sociedade.


Professores destacam a posição autoritária do governador frente a greve dos professores de 2015.

O ato se encerrou em frente à Praça da República, onde fica a sede da Secretaria Estadual da Educação de São Paulo. Na descida da Rua da Consolação foi possível constatar a grande multidão de professores em greve por respeito e valorização do magistério paulista.


Grande multidão de professores decide a continuidade da greve de professores em 2015.

quinta-feira, 19 de março de 2015

ESPECIAL GREVE: Você sabia?


Produzido por professores de Piracicaba-SP.


O diferencial da greve de 2015 é que ela tem tido grande adesão dos professores do interior de São Paulo. Muitos deles estão sendo imensamente afetados, pois, para constituir jornada, tem que lecionar em cidades diferentes e distantes umas das outras. Esse vídeo que explica a situação que levou a categoria a paralisar, foi elaborado de maneira didática e bem fácil de entender, foi produzido por professores piracicabanos que além do engajamento politico demonstram um grande potencial e competência na elaboração de material audiovisual. 

ESPECIAL GREVE: Professor de SP em greve por tempo indeterminado!


Vídeo elaborado pelo professor Lucas Marfim.


Desde o último dia 13, os professores do Estado de São Paulo estão de greve. A Assembléia Estadual dos Professores ocorrida no vão livre do MASP,  na Avenida Paulista (centro financeiro da capital paulista) optou por suspender as atividades docentes no estado. A greve é consequência dos inúmeros ataques sofridos pelos professores paulistas ao longo dos últimos anos. Entre eles,  pode-se destacar a precarização do trabalho docente, subdividido em categorias, que possuem direitos diferenciados apesar de exercer o mesmo trabalho; a falta de estrutura para lecionar em escolas que não possuem estrutura física adequada e segurança, entre outras coisas. Além disso, o governo não cumpre a lei do piso nacional,  que dá mais tempo para o professor preparar aulas, e não dá aumento real de salário há muito tempo. O professor é o único profissional de nível superior que não recebe como tal,  mesmo quando avança nos estudos,  não é remunerado a altura. Não há sequer um plano de carreira que incentive ou valorize os professores estaduais.
Como se não bastasse essas questões,  o governo conseguiu precarizar ainda mais a situação, ao diminuir as aulas destinadas aos professores de Educação Física,  que nos últimos anos são obrigados a se filiar ao CREF,  tendo que pagar do próprio bolso R$400,00 anuais e podem ser punidos a qualquer momento. No estado inteiro, cerca de 1000 salas de aula foram fechadas,  o que deixou milhares de professores desempregados. Mesmo os efetivos e concursados tiveram que acomodar suas aulas em situação precária, tendo que pegar aulas em substituição de seus próprios colegas. Muitos estão alocados em 3 ou 4 escolas para constituir jornadas de 20, 24 aulas.
Se a situação está difícil para os efetivos, para estáveis e contratados está muito pior. Muitos professores que estão próximos de se aposentar, ficaram sem aulas. Outros estão impedidos de lecionar por 200 dias (duzentena). Esses professores estão desempregados para que o governo não possua vinculo empregatício e assim não pague os direitos trabalhistas. Cerca de 20 mil professores estão impedidos de dar aulas nesse primeiro semestre letivo. Sem contar que nas escolas, além da falta de professores e da superlotação das salas de aula, há um corte de verbas que diminuiu ainda mais as condições de manutenção básica,  como a própria compra de materiais de higiene e limpeza. 
O governo diminuiu a quantidade de professores coordenadores pedagógicos - que auxiliam no andamento dos projetos pedagógicos - mostrando que não está de fato preocupado com o aprendizado dos alunos que pertencem à rede estadual, ou seja,  seus 5 milhões de alunos. Por outro lado,  o governador anunciou que cortaria despesas com a Educação,  não daria aumento aos professores em 2015,  mas aumentou em mais de 4 mil reais o seu salário e o de seus secretários de governo, incluindo-se aí o próprio secretário de Educação. Foi anunciado também um aumento de salário aos diretores de escola,  como maneira de incentivá-los a cumprir as determinações da Secretaria Estadual de S. Paulo.
Diante de tantos ataques, os professores decretaram a greve num momento de crise educacional. Em fevereiro passado,  os professores do Estado do Paraná (estado vizinho) passaram um mês de greve,  num movimento que se iniciou com o não pagamento aos professores de seus salários e férias de janeiro. 
Como se vê,  não resta outra alternativa aos professores. Lutar é preciso para manter seus direitos e parar com tantas opressões.

segunda-feira, 9 de março de 2015

Mitologia - Dânae para entender o poder dos raios solares:

Os mitos, durante muito tempo consistiram na única explicação plausível para o homem entender o mundo e os diversos fenômenos da natureza. Eles estão presentes em diversas civilizações da Antiguidade e possuem símbolos e personagens fictícios que muitas vezes se misturavam com a realidade.
Povoaram o imaginário de muitos povos e até hoje estão presentes no cinema, na literatura, nas diversas linguagens que utilizamos no nosso cotidiano e no entretenimento. Muitos mitos foram usados até mesmo de maneira religiosa pelos povos antigos que eram politeístas, isto é, acreditavam em diversos deuses. 
Para ilustrar uma explicação mítica a cerca da fecundação da terra e o poder dos raios solares sobre a mesma, vejamos a história de Dânae:


A chuva de ouro sobre Dânae.

Dânae era filha do rei Acrísio e de Eurídice, de Argos. Um oráculo previu que o rei seria morto pelo neto, filho de sua unica filha. Para impedir a tragédia, o rei trancou a princesa numa caverna de bronze, para impedir que assim ela se envolvesse com alguém e pudesse engravidar.
Porém, Zeus se apaixonou perdidamente por Dânae. Para ter acesso a amada, ele se transformou em uma chuva de ouro, assim, pode ficar nos braços da amada por uma noite e desta forma, a engravidou. Dessa relação nasceu Perseu.
Quando o rei Acrísio soube da gravidez da filha, ficou profundamente irritado. Mandou lançar mãe e filho no Mar Hegeu, dentro de um cofre. Estes foram salvos por Dictis, que os abrigou e protegeu até que a criança crescesse. Mais tarde, já adulto, o rapaz matou o avô, vingando-se do que sofrera ao lado da mãe.

Crédito:
Adriély Baptista - 3ºB