quinta-feira, 15 de julho de 2010

O analfabeto político - uma ampla reflexão:


Na nossa sociedade, muito se discute a respeito da política. No entanto, existem pessoas que se dizem neutras e que preferem não manifestar-se a respeito das questões políticas, como se não tivessem responsabilidade de cidadãos e como se suas escolhas não interferissem na vida de todos.

A esse respeito, o dramaturgo alemão, Bertold Brecht, que viveu no século XX, escreveu um poema que é difundido até os dias de hoje. Nele, é exposto as consequências da recusa em participar da política.

Com base nesse poema, impresso no livro de História utilizado nas aulas pelos alunos do Ensino Médio, as turmas de 3º ano puderam ler e refletir em grupo a cerca do analfabetismo político. Vejamos o poema:


O Analfabeto Político
Bertolt Brecht


O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.

O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.


Fonte: http://www.consciencia.net/2004/mes/01/brecht-analfabeto.html

Agora, vejamos o que concluíram os grupos:

"As pessoas que se mantém longe da política, não dando seu voto, contribuem para eleger aqueles políticos ladrões, que não fazem nada pelo povo, que só aumentam os juros, o preço da passagem de onibus, desse jeito, somos obrigados a trabalhar mais para pagar contas, assim somos só sobreviventes, não temos uma vida digna por causa dessas pessoas."
(Diana, Rosana e Valéria - 3ºA)

"(...) é parecido com o ensino público, você não precisa saber de nada, é só status e estatísticas."
(Ágatha, Alessandro, Bruno Barbosa, Rodolfo, Cléber e Tauane - 3ºA)

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Batismo de sangue - uma reflexão:

Caio Blat e Daniel de Oliveira, respectivamente Frei Betto e Frei Tito, em Batismo de Sangue.


Para refletir a cerca da Ditadura Militar das décadas de 60 e 70 do século XX, alunos do terceiro ano passaram pela incrível experiência de analisar uma obra cinematográfica, como documento histórico. Tal análise se deu através da leitura do filme Batismo de Sangue (dir. Hevélcio Ratton, 2003, baseado no livro homonimo de Frei Betto).

Trata-se da biografia de Frei Tito, um frade dominicano preso, torturado e exilado pelos militares, que não aguentando a memória dos dias cruéis que passou no DEOP'S, se suicidou no exílio. O filme retrata momentos marcantes, como o Congresso da UNE em 1968 e o assassinato de Carlos Marighella.

O drama foi escolhido, para que a partir da experiência visual, o corpo discente pudesse compor seu próprio entendimento a respeito do tema. Após o contato com esse material, houve um momento de reflexão em torno do tema e o estudo direcionado. Vejamos a produção intelectual dos terceiro anistas do Ensino Médio:

1 - O que levou Frei Tito à perda da fé?

"O trauma causado pelas torturas que sofreu."
(João Víctor - 3ºC)

"A tortura psicológica e física que ele sofreu e a impossibilidade de realizar seus anseios políticos, diante do momento da ditadura."
(Nataly - 3ºC)

"Após ser torturado, Frei Tito nunca mais foi o mesmo. Torturas não só físicas, mas também psicológicas, fizeram com que ele ficasse perturbado, confuso de sua fé."
(Fernanda - 3ºB)

"A perda da fé de Tito ocorreu devido ao grande número de torturas que ele sofreu. Isso fez com que ele ficasse perturbado, não tendo consciência do que estava fazendo."
(Tiago Grobas - 3ºB)

"Devido ao sofrimento que passou, com as torturas, as fugas, o medo e etc. Tudo aquilo se agravou em Tito, o terror que se instalou dentro de si o traumatizou, a depressão estava o levando a loucura. Com essa instabilidade mental, Deus já não faz mais sentido."
(Tauane - 3ºA)

"Frei Tito perdeu sua fé após sofrer diversas torturas, ele perdeu a fé na vida, no homem e na sociedade, pois na época em que viveu, não havia liberdade e ele acabou pensando que era inútil e que não podia modificar a situação."
(Gabriela - 3ºA)

2 - Como agiam os militares com relação aos opositores?

"Agiam com crueldade, sempre repreendendo, torturando, perseguindo e zombando dos opositores."
(Jéssica Mendes - 3ºC)

"Eles agiam de forma cruel, fazendo com que seus opositores se submetessem à tortura e às humilhações."
(Tamires Santos - 3ºC)

"Os militares perseguiam, torturavam, matavam, desapareciam com pessoas e faziam várias coisas ruins contra aqueles que não eram a favor do sistema."
(Ana - 3ºB)

"Eles torturavam fisica e mentalmente, matavam e impunham medo e terror aos opositores."
(Lígia - 3ºC)

"Com violência, sem dó nem piedade, além da tortura psicológica, os opositores eram espancados como se fossem animais e também várias pessoas foram alvejadas."
(Valéria - 3ºA)

"Os militares perseguiam, agrediam e torturavam as pessoas que acreditavam ser seus inimigos. Praticavam uma justiça abominável, sem respeito, sem humanidade."
(Gabriela -3ºA)