sexta-feira, 29 de maio de 2015

A idealização do MASP por Lina Bobardi:

Na imagem é possível ver como Lina Bo Bardi concebeu o MASP: no vão livre estariam obras de arte cercadas pela natureza.

O MASP - Museu de Arte de São Paulo - é um dos melhores museus do mundo com obras fundamentais de artistas das mais diversas escolas de arte do mundo e de epocas importantes. Da Idade Antiga aos tempos atuais. Tem sua história iniciada em 1947, em outro endereço, na Rua Sete de Abril (República). Foi criado por Assis Chateubriand e Pietro Maria Bardi.
Possui um acervo de mais de 8.000 obras. De Van Gogh à Picasso. De Bellini à Renoir. De Maestro Del Bigallo à Raffael. São muitas as escolas de arte. Para todas elas, sua casa é moderna e fica no coração de São Paulo com vista privilegiada: ao fundo o Parque Trianon e suas árvores que refrescam e dão o tom de verde à selva de pedra e a frente a Avenida Nove de Julho, a ideia original era a de que pudesse ter vistas para a Serra da Cantareira, hoje na visão há prédios, contudo, ele aparece suntuoso na cidade.
O MASP não é outra coisa senão o palácio das artes na capital paulista e tem a beleza que a cidade merece, numa construção que não apenas povoa o imaginário do paulistano, mas que é surpreendente e fundamental como a cidade. Um dos cartões-postais e simbolo da metrópole.
A construção atual é uma idealização de Lina Bo Bardi que para o Vão Livre do MASP, pensou numa área aberta repleta de arte e cercada pela natureza. As pessoarias curtiriam o espaço livre em meio a obras de arte e a natureza. Antes mesmo de estar na moda o tema sustentabilidade, a artista elaborou um projeto que unia arte e natureza. O que provavelmente Lina não poderia imaginar é que ao invés de abrigar obras de arte, o local serviria no futuro como palco de reuniões, assembleias, feirinhas e encontros de todo o tipo, mas não deixa de ser o melhor e mais bonito ponto de encontro de Sâo Paulo.

Para saber mais:

  • O MASP funciona de terça a domingo das 10:00 às 18:00;
  • Estudantes, professores e aposentados pagam meia entrada.
  • Para chegar ao museu de metrô basta acessar a linha verde do Metrô e descer na Estação Triano-Masp;
  • Em frente ao museu tem um parque bastante arborizado, o Parque Trianon. 

terça-feira, 19 de maio de 2015

Elizabeth: a rainha virgem


 Elizabeth conta a história de uma rainha corajosa em pleno século XVI.

No filme épico e muito bem produzido, em 1998, é mostrada a ascensão de Elizabeth I ao trono da Inglaterra, depois que a rainha e irmã por parte de pai,  a rainha Maria vem a falecer vítima de um tumor maligno.. Última governante da dinastia Tudor, a nova rainha é filha de Henrique VIII e Ana Bolena, antes de chegar ao trono havia sido presa por conspiração.
Para conter as crises geradas pela chegada da nova rainha ao poder e pelo contexto social, politico e econômico caótico, os conselheiros de Elizabeth querem a todo custo induzi-la ao matrimônio com outro rei europeu (da França ou da Espanha) a fim de apaziguar a situação. Porém,  envolvida emocionalmente com Robert Dudley, ela protela o máximo que pode e toma diversas decisões respeitando os desejos do seu conselho ministerial.
No decorrer da trama,  Elizabeth percebe o meio que a cerca e os inimigos que possui - do papa ao Duque de Norfolk. Assim,  ela sente-se cada vez mais segura como pessoa e como monarca e decide que o melhor para a condução política de seu país é um casamento: com o povo e com o país. 
A decisão de Elizabeth finaliza sua dinastia,  mas dá inicio a tempos prósperos na Inglaterra. É uma super produção que mostra os bastidores do poder e de maneira muito sucinta a biografia de uma das maiores personalidades da História de todos os tempos. Uma mulher que soube vencer todos os obstáculos e ir de encontro aos interesses de seus súditos. 

Voar, voar! Subir, subir! Débora: a comissária de bordo


O céu é o limite. Quantas vezes já ouvimos essa expressão? Provavelmente incontáveis. Mas será mesmo? Para pilotos e comissários de bordo, nem o céu é o limite, pois é no ar que se desenvolve o seu cotidiano profissional. Entre viagens de ida e volta aos destinos mais variados, a tripulação de bordo cuida da segurança de todos e ainda conduz a todos ao destino desejado.
Por muito tempo, as comissárias de bordo permaneceram no imaginário dos brasileiros por sua beleza, até mesmo sensualidade e por sua coragem. Com a popularização das viagens de avião, essas profissionais são valorizadas por serem prestativas, sendo reconhecidas por auxiliar na segurança de bordo. A aparência frágil, muitas vezes, esconde a coragem e uma técnica apurada que visa garantir o bem estar de todos.
Ao contrário do que muitos imaginam, essa profissão não é uma exclusividade feminina. Muitos homens são comissários de bordo e como suas colegas mulheres, exercem brilhantemente o seu papel auxiliando os passageiros nas viagens.
Na composição desse post, entrevistei brevemente Débora Zuliani, que foi comissária de bordo das principais companhias aéreas do Brasil entre o final da década de 1990 e meados da primeira década dos anos 2000. Esposa de piloto, hoje ela vive com o marido fora do Brasil e não exerce mais a profissão, mas vive envolvida nesse mundo e tem uma paixão que se expressa em cada palavra compartilhada com o Luana Ensina, como pode-se ler a seguir:

Luana Ensina - Como surgiu o desejo de ser comissária de bordo? O que é preciso estudar para se tornar uma?

Débora Zuliani - Nasci e fui criada em uma cidade que respira aviação - Itápolis, no interior do Estado de São Paulo, a 360 km de São Paulo - Lá tem uma das melhores escolas para piloto do Brasil. Meu pai era piloto aposentado. Comecei a namorar com um colega de profissão do meu pai e veio a vontade louca de viver nesse meio e de trabalhar com aviões. Sempre fui apaixonada pela aviação. Para se tornar comissária é preciso fazer um curso e ter uma altura minima, não sei qual é atualmente, corpo proporcional, vontade de lidar com o público. Ser atenta ou atento à segurança. Comissário de bordo, nada mais é que o responsável pelo bem estar e segurança dos clientes a bordo.

Luana Ensina - E o curso de comissaria de bordo? O que mais te chamou a atenção nessa formação/preparação?

Débora Zuliani - O curso é voltado principalmente para a segurança de bordo. Isso é o mais importante. Depois, vem psicologia, etiqueta e maquiagem - no caso, para as garotas.

Luana Ensina - De que maneira você define o cotidiano de uma comissária de bordo?

Débora Zuliani - Pela falta de rotina. Falta de convivência com a família, muitas vezes. Viagens. Passeios. Mas é uma vida sem regras. Sem horários.

Luana Ensina - Como é trabalhar a bordo?

Débora Zuliani - É muito bom trabalhar a bordo. É uma profissão maravilhosa. Linda. Ainda mais pra quem ama aviões e conhecer pessoas novas todos os dias.

Luana Ensina - Quais conselhos você dá a quem quer trabalhar nessa área?

Débora Zuliani - Estude línguas que este será o seu diferencial. Acostume-se que a sua vida será diferente da vida dos outros mortais e divirta-se! É muito bom voar! Foi um sonho realizado.



Débora Zuliani e seu esposo. Paixão no ar e na terra. Por amor ela resolveu ser comissária e realizou                                                                           um sonho.



 Na Disney de Hong-Kong - o casal aterriza num mundo encantado.


Como imperadores chineses. O amor à aviação proporciona uma vida sem rotinas e visitas a lugares inusitados.

O Barão Vermelho - dimensão humana em meio a guerra:


Em O Barão Vermelho a dimensão humana do maior aviador alemão é ressaltada para mostrá-lo em combate durante a Primeira Guerra.

Essa obra cinematográfica é bastante interessante por retratar a Primeira Guerra Mundial, tendo como base os acontecimentos que envolveram o barão Manfred Von Richtofen, conhecido como o Barão Vermelho. O apelido alude ao avião comandado por Manfred em combates de guerra. Exímio aviador, ele protagonizou batalhas importantes representando uma Alemanha bastante enfraquecida num conflito marcado sobretudo pelo uso de novas tecnologias bélicas e pelo uso de trincheiras, que foram facilmente vencidas justamente pelo uso de aviões nos combates.
A importante reflexão dessa obra se dá pela diferença de tratamento dado aos combatentes: os soldados rasos, sem berço nobre, eram expostos a condições degradantes nos combates e mais ainda, para receber auxilio médico em caso de ferimentos ou mutilações. As regalias concedidas aos combatentes que vinham de condições sociais melhores fica bastante nítida em diversos momentos do filme.
Contudo, chama bastante atenção a dimensão humana de Manfred que possuía uma personalidade centrada não apenas nos interesses de guerra, mas em valores humanos como os de qualquer outra pessoa. Tido como um mito da aviação, no filme ele não é retratado como soberbo ou arrogante, mas cônscio de suas responsabilidades proporcionais ao tamanho da confiança que a Alemanha depositava nele. era considerado um às dos ases da aviação. Traduzindo o melhor de todos os pilotos de seu tempo.
Porém o desfecho dessa história não poderia ser feliz. Os alemães foram vencidos no conflito e como não poderia deixar de ser, a personagem principal do filme chega ao final do filme da maneira como certamente gostaria: morrendo em combate. Mas ao invés da tristeza, fica a sua memória e as suas realizações.
Certamente é um olhar bastante diferenciado a respeito da Primeira Guerra Mundial e da derrota sobre a Tríplice Aliança. Neste caso, se pode olhar o prisma de quem perdeu a guerra. Nada mau, afinal, todo fato tem várias versões, não é mesmo?

Muitos quilômetros pelo saber: a saga de Laís Silva:

Para muitos estudantes, o sonho de cursar uma faculdade acompanha um desafio muito grande: depois de aprovado no vestibular, o estudante é admitido numa faculdade muito longe de casa. Para ser mais precisa: a quilômetros e quilômetros de distancia. O que fazer numa situação dessas? Não é uma decisão tão fácil. É preciso coragem acima de tudo, pois essa escolha envolve um afastamento (quase sempre temporário) dos amigos, da família e do cotidiano como um todo. Em troca, o universitário aprende muito mais que conteúdos, aprende a ser gente, vivencia uma experiencia que vai muito além dos bancos escolares e laboratórios. Nesse bate-papo, minha ex-aluna da E.E. Pe. Simon Switzar conta como está encarando sua nova realidade longe de sua casa em Poá, na Grande São Paulo.
Luana Ensina - Que curso você faz e em que faculdade? Diga ao leitor onde você estuda.

Laís Silva - Estou cursando Ciências Sociais- na UEMS - Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul.


Luana Ensina - Fale da sua escolha e sobre o caminho que trilhou para alcançá-lo.
Laís Silva - Escolhi Ciências Sociais (curso que forma futuros sociólogos, antropólogos ou cientistas políticos) para tentar dialogar com o lugar onde eu moro - Poá, na Grande São Paulo - sendo professora quero de alguma forma estar ligada com os estudantes da escola pública, na qual estudei durante todo o ensino básico. Descobri a universidade pública através do movimento social negro (UNEAFRO) que trabalha com jovens das periferias e que possui um núcleo em Poá onde realiza cursinhos pré-vestibular.

Luana Ensina - Como é a experiência de estudar no Mato Grosso do Sul? Como fica a saudade de casa, dos amigos e etc?
Laís Silva - Hoje tenho a sensação que fiz uma das melhores escolhas que poderia ter feito aos 20 anos, quando vim para o MS vivenciar outra estilo de vida. O ritmo de vida do interior é uma das experiencias mais bonitas que estou vivendo. Minha expectativa era apenas sair de uma escola publica, nem sabia que poderia estudar em uma universidade pública, quanto mais, tão longe de casa! O que me deixa mais segura em estar aqui, é que isso foi uma conquista coletiva, graças àqueles que acreditam na juventude periférica e é essa conquista coletiva uma das bases para eu me manter aqui.E, principalmente, quando vejo a falta de mulheres negras dentro da universidade pública.É como uma injeção de ânimo e firmeza, para que eu fique aqui e prossiga nos estudos. Sem contar que estou em uma universidade considerada periférica, pois não esta localizada em grandes centros e isso também é uma forma de me segurar por aqui pra não morrer de saudade da quebrada! E quando a saudade vem, abro a janela e deixo que as araras passem por cima da dela.
Luana Ensina - Você ingressou na UEMS através de uma entidade chamada UNEAFRO, na qual você pode estudar para o vestibular, como funciona?
Laís Silva - A UNEAFRO é um movimento social, que trabalha com questões raciais e possui alguns núcleos, o cursinho pré-vestibular é a sua forma mais conhecida de atuação.
Luana Ensina - Só alunos negros podem participar?
Laís Silva - Não, a prioridade é para pessoas negras e pobres, mas qualquer pessoa que tenha interesse, pode participar, independente da classe ou raça.


Em 2007, Laís estava no Ensino Fundamental e tinha o sonho de fazer faculdade. Mas não imaginava que iria pra tão longe!


Em 2015, estudante da UEMS, engajada nos movimentos sociais universitários e adaptada a uma nova vida de estudos e luta no interior do Brasil.


Para saber mais:

  • A faculdade da Laís é a UEMS e ela estuda no Campus Paranaíba que fica a 410 km de Campo Grande (a capital do Estado). A cidade faz parte da Região Centro-Oeste do Brasil e fica próxima a divisa com o Estado de São Paulo, na Região Sudeste.
  • O curso da Laís é Ciências Sociais. Com essa formação ela pode se tornar socióloga, antropóloga ou cientista social - vai depender do ramo no qual ela irá optar por se especializar ao longo do curso.
  • Para se tornar professora, a Laís vai precisar fazer Licenciatura, o que vai garantir que ela possa ministrar aulas de Sociologia para o Ensino Médio.
  • Para conseguir sua vaga, Laís fez cursinho na UNEAFRO e prestou o ENEM.

A Educação Proibida - para assistir e refletir:



Esse documentário merece ser visto e revisto por todos os envolvidos na Educação: pais, alunos, professores, gestores educacionais, etc. Mostra de maneira contundente a Educação adotada na América. Permite que reflitamos a cerca de todo o sistema educacional público. 
Até quando iremos admitir o sistema prussiano? Que tipo de pessoas queremos formar? De que maneira podemos mudar o sistema que aí está? Fecharemos os olhos em ato de total cumplicidade ou abriremos os olhos e arregaçaremos as mangas e iremos em busca de mudanças?

terça-feira, 5 de maio de 2015

A Filha das Flores - análise de uma literatura surpreendente:


Vanessa da Mata e sua obra literária que prende o leitor do início ao fim.

Esta belíssima história nos é contada pela também cantora Vanessa da Mata, que nessa obra mostra talento também para a literatura. Nela, se desenvolve uma trama que se inicia lembrando muito o universo de Machado de Assis nos primeiros capítulos em que se desenvolve uma história tão bem ilustrada em primeira pessoa, que fica impossível abandonar a leitura a partir daí. É um romance que tem doçuras e amarguras.
Adiante, a autora ganha estilo próprio e a trama prende o leitor por sua riqueza de detalhes capaz de conduzi-lo a um universo único do qual fica tão difícil se desvencilhar que em pouco tempo se lê a obra inteira e nem se sente o tempo passar e se deseja saber com intensidade o que vem depois.
A obra nos leva a dois lugares: o interior do Brasil com suas características tão cheias de esteriótipos e dentro de nós mesmos e a descoberta da nossa humanidade. É difícil não se reconhecer na história.
Não é uma história com rumos óbvios, não há ganhadores ou perdedores, não há bom ou mau. Todos tem suas subjetividades, ganham e perdem, são bons e são maus, assim como a vida. A protagonista é Giza, uma menina que se transforma em mulher e nos apresenta suas dificuldades, suas dúvidas e incertezas diante da vida. Vale muito a pena ler.