sábado, 1 de junho de 2013

Dom Casmurro - para ler e refletir:


Há duas semanas, o aluno Carlos do 2º B emprestou-me um livro do Machado que ainda não havia lido: Dom Casmurro. Esse é um dos três da trilogia machadiana, que se completa com Memórias Póstumas de Brás Cubas e Quincas Borba.
A história, é deliciosa de ler, mesmo com um português muito bem articulado, onde as palavras surgem antes da negação e há um muita vez, estranho para os dias em que saber usar o plural é uma dádiva. O fato é que é maravilhoso embarcar nesse universo, com suas palavras bem ditas e em um Rio de Janeiro distante e nem por isso, menos bonito.
A trama se desenvolve em torno da amizade de infância entre Bentinho e Capitu. Ele, na dúvida entre o amor nascente pela amiga/vizinha e o seminário. Ela, em suas atitudes doces e encantadoras, capazes de conquistar a todos.
O tempo passa, o jovem vai para o seminário, não sem a promessa de amor eterno e lá vive um ano. Na ocasião, conhece aquele que será seu amigo que o acompanhará boa parte da vida, o jovem Escobar, pessoa muito amável e agradável. Ao findar o ano, o seminarista é dispensado e volta para juntos dos seus, indo estudar em S. Paulo.
Em seu retorno ao Rio, Escobar já está por se casar com a amiga de Capitu, Sancha e em pouco tempo, Bentinho e Capitu contraem núpcias. O casamento corre às mil maravilhas e a amizade entre os dois casais cresce dia a dia.
O tempo passa, a amizade se fortalece cada vez mais. Escobar e Sancha tem uma filha, a quem dão o nome de Capitu. Bentinho e Capitu, tentam muito ser pais, até que finalmente conseguem. O unigênito recebe o nome de Ezequiel, em homenagem a Escobar. 
Escobar morre afogado. Sancha e Capitu vão embora para o Paraná. Pouco a pouco, Bentinho percebe as semelhanças físicas entre o filho e o finado. A grande paixão da juventude dá lugar à amarguras e solidão. 
O final eu não conto, peço que leiam e percebam as nuances da história. De maneira sutil, Machado de Assis dá pistas que só percebemos ao terminar da história. Não seria essa uma obra de final feliz, nem triste, mas de muita reflexão, de muito pensar, a cerca da fragilidade da condição humana. O que teria levado à tamanha traição? Cada um chegue as suas conclusões. Eu tenho as minhas próprias.
É uma leitura muito interessante, que faz o leitor viajar para outros tempos e vê-se a caminhar por uma Rio de Janeiro imperial. Recomendadíssimo.

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