domingo, 3 de agosto de 2014

Eles não usam blackie-tie - greve e peleguismo:

Durante o governo JK, nem tudo era bossa nova e desenvolvimento. Havia também descontentamento com os rumos políticos do pais. O teatro de Arena, na Consolação, em São Paulo, era palco de peças de cunho sócio-político, nas quais se discutia temas ácidos presentes na sociedade. Em Eles não usam blackie-tie, o autor da peça, Gianfrancesco Guarnieri (1934-2006) discute um tema muito polêmico: greve e peleguismo. 


Gianfrancesco Guarnieri e Fernanda Montenegro vivem um drama familiar em Eles não usam Blackie-tie

Greve é quando os trabalhadores se recusam a trabalhar para cobrar dos patrões melhores condições de salário e de trabalho e pelego é o trabalhador que se recusa a participar desse movimento.O título é uma referencia as roupas chiques usadas pela elite, em detrimento das roupas simples e uniformes utilizados pelo trabalhador. Na peça, depois transformada em filme, discutia-se a situação da vida operária no país. Sucesso de bilheteria, salvou o teatro da falência e ficou em cartaz por mais de um ano - algo inédito no teatro brasileiro até aquele momento.


Tião e Maria vivem um drama: a gravidez dela. Diante do novo contexto ele deve participar da greve promovida pelo próprio pai?

O filme, de 1981, foi estrelado pelo próprio autor e grande elenco (Bete Mendes, Carlos Alberto Riccelli, Fernanda Montenegro, Francisco Milani, Léia Abramo, entre outros). A trama se desenvolve em torno da história de Tião e Maria. Ao engravidar a namorada, o rapaz se vê na obrigação de casar-se. Para não perder o emprego, ele fura a greve liderada pelo próprio pai. Do conflito familiar aos piquetes, é possível refletir sobre o Brasil que ainda não havia se democratizado, sobre o trabalho e questões éticas e morais contidas nas relações profissionais e pessoais. 

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