Por: Mateus Nunes*
Jamais imaginei que seria possível
alcançar o que se fez. A vida mais uma vez me surpreendeu. E de tal forma desta
vez, que me conduziu a um dos lugares mais belos do mundo: distante das minhas
expectativas e ainda um garoto, repleto de sonhos e objetivos, pisei na terra
do tio Sam, corroborando as certezas de metas decididas, como resultado de um
esforço válido, a exemplo do que se viveu. Eu estive em Washington D.C.
Lembro-me como se fosse ontem, o dia em
que recebi a notícia da seleção: não consegui acreditar na sorte do momento, de
um concurso inscrito sem qualquer esperança e com tamanha espontaneidade. Não
houvera reações, somente o bater na porta do inesperado para marcar
completamente minha história. A partir de então, cada minuto que passava e cada
processo bem sucedido, aproximava o esperado sonho, cultivado ao longo de anos.
Dia 26 de julho de 2014: talvez uma
simples data por não marcar o início nem o fim de alguma guerra ou por não se
comemorar um evento especial; mas foi o meu dia: dia de preparo, ansiedades e
surpresas, pois além da viagem, as nove horas que esta durou apresentou-me a
incrível sensação de planar uma noite inteira pelo ar, pois fora também minha
primeira viagem em transporte aéreo. E desde já, o que se sucedia era
inexplicável.
Contudo, o que dizer ao pisar em solo
norte-americano? O que dizer, não somente por estar no que é considerado a
maior potência global da atualidade, mas por estar em sua capital, antes
conhecida apenas mediante filmes, reportagens, etc., porém agora contemplada ao
vivo e à cores?
À primeira vista e como aspirante à
Arquitetura, Washington D.C. fora espetacular e, de fato, se mostrou como tal
ao longo dos vinte e oito dias de minha estadia na cidade: desde aspectos
minimalistas, como a abrangência da arquitetura neoclássica em seus prédios e
monumentos que, como efeito de curiosidade, foram planejados de tal maneira
objetivando a comparação norte-americana aos princípios gregos e romanos à sua
organização urbanística que permite uma localização lógica por meio de letras,
números e nomes de Estados como identificação de suas ruas e avenidas
principais, respectivamente, contendo o Capitólio (congresso norte-americano) como
centro dessa ordem, o qual eu tive a oportunidade de conhecer não somente
externamente, mas internamente e apreciar o cerne da alma americana: sua grande
e estonteante cúpula!
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Casa Branca: sede do governo dos Estados Unidos e residência oficial do presidente da República e sua família.
Compreendendo uma gama de monumentos e
edificações históricas, como a House where Lincoln died (Casa onde Lincoln
morreu), Arlington Cemetery, seu zoológico no qual pude conhecer pela primeira
vez ursos panda e bairros que acendem nosso imaginário infantil em virtude de
suas ruas pacíficas com residências sem qualquer elemento de marcação e muita
vegetação, Washington D.C. é atendida por um excelente sistema de transporte
público (ônibus, trem e metro), que interliga todas as regiões da cidade, com horários
definidos de chegada em seus pontos de espera (pontos de ônibus e estações).
Estação de Trem em Whashington, Estados Unidos.
No tocante aos seus aspectos sociais,
D.C. tem uma qualidade de vida totalmente diversa em relação ao Brasil:
notavelmente, foi possível constatar que o nível de segurança, combinado ao
padrão de vida elevado das pessoas (smartphones e veículos de última geração),
ora receptivas e simpáticas, ora apáticas e intensamente patriotas, expressam verdadeiramente
a supremacia dos Estados Unidos que, em contrapartida, não deixa de demonstrar
os efeitos do sistema capitalista, com moradores de rua habitando
principalmente seus grandes centros, o que fora visto de forma mais impactante
na cidade de Nova York, na qual estive apenas durante um dia e pude conhecer
pontos turísticos como a Estátua da Liberdade, Ponte do Brooklin, Empire State
Building, 9/11 Memorial (memorial dedicado em às vitimas do atentado ao World
Trade Center), o One World Trade Center (torre única, ainda em processo de
construção, em substituição às “torres gêmeas”), apreciar a beleza do Central
Park, caminhar pela Broawday e corroborar o conceito de “cidade que não dorme”,
ao vislumbrar as luzes dos inapagáveis painéis de Led da Times Square,
principiando a madrugada – o que em D.C. é impossível, pois não possui vida
noturna em virtude de seus museus e lojas encerrarem seus serviços às 17:00; a
não ser por seus shoppings (que se
caracterizam por terem áreas extensas) e restaurantes de diversas culinárias,
sobressaindo em muitos destes, a comida apimentada.
Central Park em Nova York?
Foram inestimavelmente dias incríveis, de
aprendizado e experiências singulares, capazes de estimular ainda mais profundamente
a sombra dos meus objetivos e sonhos à suas concretizações! D.C.
proporcionara-me o contato e a vivência com não somente uma, mas diversas
culturas (em vista de os Estados Unidos receber indivíduos de diferenes regiões
do mundo) e pessoas que jamais esquecerei, de professores, minha host mother Dian,
seus cachorros e suculento jantar, meus host Brothers a todos aqueles que, como
eu, foram merecedores dessa oportunidade; além de amigos e familiares que
participaram direta e indiretamente desse capitulo da minha história.
Memorial Lincon em Washington.
*Matheus Nunes cursou o Ensino Médio regular na E.E. Charles de Gaulle, tendo concluído sua formação básica em 2013. No mesmo ano, recebeu o grau técnico em Edificações pela ETEC-SP. Atualmente, se prepara pra FUVEST, no cursinho da POLI. Pretende cursar Arquitetura e Urbanismo na USP. Foi contemplado com o intercâmbio por ter sido o melhor aluno de sua ETEC.
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