Morar longe do país. Num lugar legal. Conhecer pessoas novas, respirar novos ares, em ambiente totalmente diferentes. Quem nunca teve esse sonho? Como será realizá-lo? Para compreender melhor essa realidade, conversei com minha ex-aluna da E.E. Pe. Simon Switzar, Carolina Dornelas, que aos vinte e um anos vive essa experiência mágica que faz crescer em todos os sentidos. Além de estudar, ela tem a possibilidade de trabalhar lá e interagir com as pessoas que a cercam. É uma experiência maravilhosa, pois além da viagem em si, proporciona a vivencia cotidiana fora do país em todos os aspectos. Carol vive nos Estados Unidos, onde trabalha e estuda. Foi colega de turma de Ananda e Laís que já dividiram suas experiências acadêmicas com o blog.. Sua ida se deu através de um programa de intercâmbio e esse cotidiano ela nos revela nas linhas que se seguem:
Luana Ensina - Como surgiu a oportunidade de ir para os Estados Unidos?
Carolina Dornelas - A oportunidade de vir surgiu quando meu melhor amigo me apresentou ao programa de intercambio AU PAIR. É basicamente um intercambio de trabalho e estudo, onde você escolhe uma família americana ainda no Brasil e depois vai morar na casa deles nos Estados Unidos, trabalhando como babá de seus filhos. Você recebe um salário semanal e uma bolsa de estudos de até 500 dólares para fazer o curso que quiser. É um programa muito bacana para quem, assim como eu, quiser viver fora do país por um tempo, sem gastar muito. O tempo máximo desse intercambio é de 2 anos.
Luana Ensina - E a adaptação longe de casa? Fale sobre a maneira como tem sido recebida pelas pessoas.
Carolina Dornelas - Minha adaptação foi umas das coisas mais difíceis dessa experiência toda. Só perde para a saudade da família. Lembro que o primeiro mês foi bem brutal. Estar num lugar totalmente diferente de casa, onde tudo: as pessoas, os costumes, as comidas são tão diferentes do que eu conhecia... foi bem tenso. Acho que só comecei a me adaptar mesmo a partir do terceiro mês (estou no décimo mês). A família americana que me acolheu, graças a Deus, me recebeu maravilhosamente bem. Sinto que sou parte da família nessa casa. Agora, de outros americanos, eu não sinto a mesma receptividade. Eles são meio fechados, totalmente diferentes de nós brasileiros, que recebemos qualquer um de braços abertos - isso foi outra coisa difícil na minha adaptação - aqui, eles só dão um aperto de mão e olhe lá.
Luana Ensina - Quanto à língua, neste caso, o inglês, você consegue se comunicar bem com as pessoas falando este idioma?
Carolina Dornelas - Graças a Deus, não tenho problemas com o inglês. Estudei esse idioma durante quase 5 anos, antes de vir pra cá, então, quando eu cheguei, conseguia me virar bem. Consigo conversar normalmente e entendo praticamente tudo. Obvio que ainda tenho muito para aprender, principalmente, o vocabulário. Cada dia aprendo uma coisa nova com os meninos que eu cuido. Eles tem 12 e 13 anos e são meus principais professores aqui, me corrigindo toda vez que eu erro alguma coisa.
Luana Ensina - O que há de positivo e negativo nessa experiência que você está vivendo ao morar fora do país?
Carolina Dornelas - Poxa, tem TANTA coisa positiva que veio com essa experiência. Conhecer e viver uma cultura diferente daquela que eu cresci vendo nos filmes. Tem sido demais! Aprimorar o meu inglês. Agora, o crescimento pessoal, tem sido a coisa mais positiva. Nesses 10 meses, aprendi a me virar totalmente sozinha e a não depender de ninguém pra nada. Abri mais a cabeça. Aprendi a ter paciência... Tenho aprendido tanto todo dia! E de negativo, acho que o fato de saber que agora casa nunca mais vai ser o bastante pra mim - ganhei uma vontade imensa de conhecer o mundo todo com essa experiência.
Luana Ensina - E a saudade de casa, de Poá-SP, da família e dos amigos?
Carolina Dornelas - Como eu disse, a saudade é a parte mais dificil disso aqui. Não tenho saudade da cidade em si, mas sim das pessoas (e da comida maravilhosa, obviamente). Se eu pudesse, trazia todo mundo pra cá e não voltava mais! As coisas aqui são BEM mais fáceis. Vou voltar pela minha famíla, que não trocaria estar perto, por nenhum lugar do mundo!
Luana Ensina - O que você diria para um jovem que tenha interesse em morar nos EUA?
Carolina Dornelas - Eu diria: se puder vir, VENHA! É uma experiência inesquecível e única. Vai te fazer enxergar e valorizar as coisas que tem realmente importância para você, sem contar o diferencial que uma experiência dessas trás para um currículo de trabalho!
Em 2011, na E.E. Pe. Simon Switzar, com a amiga Laís Silva.
Carol aproveitando as belas paisagens americanas. No calor do verão, a oportunidade de usar roupas brasileiras.
Aqui, a estudante aproveita o frio intenso e a neve. Um espetáculo e tanto para quem cresceu num país tropical!
Carolina Dornelas aproveitando o cotidiano americano em sua experiência como intercambista brasileira nos Estados Unidos.
Para saber mais:
- O AU PAR é uma espécie de associação entre pessoas que precisam de cuidadores para os filhos e pessoas dispostas a ir trabalhar e estudar fora de seu país. É uma opção bacana para quem quer viver essa experiência sem gastar muito.
- A Carol viajou tendo o domínio do idioma local: o inglês. Isso garante uma segurança a mais para evitar maus entendidos entre as partes, por exemplo. Por isso, para começar a pensar no intercâmbio é necessário iniciar pelos estudos do idioma primeiro.
- Quem quer viajar pra fora deve estar ciente de que terá despesas básicas com passaporte, passagem aérea e ter uma quantia de dinheiro que garanta sua sobrevivência até o recebimento de seu primeiro salário. É um passo importante na vida da pessoa, que deve contar com o apoio da família, em primeiro lugar.
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