Uma família se constitui de quem ela quiser em nome do amor.
Uma das mais recentes polêmicas do Congresso Nacional é a aprovação do PLC 6583/2013 que dispõe sobre o conceito de família a ser considerado legitimo pela lei brasileira. Para a maioria dos deputados, o conceito de família envolve apenas o pai, a mãe e os filhos ou um dos dois e os filhos. As demais relações são desconsideradas legalmente.
Na última semana, esse foi um dos temas mais debatidos nas redes sociais. Em pleno século XXI, os congressistas buscam impor uma configuração totalmente conservadora que não condiz com a realidade das famílias brasileiras.
O ato pode até mesmo ser entendido como uma espécie de retaliação aos casais homo afetivos, por exemplo, mas erra feio, ao desconsiderar que famílias de configurações diversas se compõem no país e não apenas por uma questão de sexualidade. As circunstâncias da vida das pessoas, as afinidades e o afeto, são componentes fundamentais para a constituição familiar. Isso vai muito além da relação parental formal e da própria constituição biológica que em tese forma os indivíduos.
Ser família é estabelecer uma parceria de intimidade, carinho mútuo, cuidados e etc. Isso pode acontecer ou não entre pessoas que possuem os mesmos laços de consanguinidade. Isso normalmente se dá entre quem tem a disposição e a coragem de doar-se ao outro.
Nesse sentido, há pais carnais que em nada constituem a família de uma pessoa. Pois essa disposição é de dentro do homem, surge no coração e se estende ao exterior. Uma família se faz com grandes doses de afeto e generosidade. Isso, lei nenhuma consegue regular.
É evidente que para uma criança se fazer, é necessário que haja um pai e uma mãe para concebê-la. Toda a humanidade nasceu de uma mulher e nada mudará esse fato consumado na vida de absolutamente todos nós. Porém, isso por si só não garante amor, proteção, carinho e o cuidado necessário. Se assim fosse, como explicar pais biológicos que colocam um ponto final a vida de seus próprios filhos?
O mais importante é entender que uma família pode ter a forma que ela quiser. Ter uma avó, um tio e uma criança, por exemplo. Uma família pode ser feita por um amigo protetor, que dá aquela ajudinha em nome do amor. Uma família pode até ser do padrasto amoroso, que terminou seu relacionamento com a mãe, mas continua mantendo os mesmos laços afetivos com o seu queridinho. Em outras palavras, o que torna uma família verdadeiramente uma família é o amor.
Nesse sentido, o homem mais importante do nosso mundo ocidental, Jesus Cristo, estaria vivendo ilegalmente, segundo as leis brasileiras, já que sua mãe não o concebeu por conjunção carnal com seu pai adotivo. E aí, como ficaria isso aí?
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