Nos posts anteriores, tenho discorrido a respeito do trabalho em sua dimensão estrutural, bem como sua evolução. Contudo, para chegar até a concepção contemporânea de que o trabalho é parte fundamental da vida do homem, não foi assim tão tranquilo quanto pode parecer.
Na sociedade em que vivemos (pós-moderna e capitalista) o trabalho é fundamental e o centro das preocupações do individuo, que desde a mais tenra idade se prepara, passando pelos bancos escolares e pela orientação de seus famíliares e amigos, na maioria das vezes.
O fato é que para se chegar a esse grau de maturidade, foi necessário convencer as pessoas de que trabalhar é preciso. Para isso, foi feito um grande esforço em várias áreas da vida humana, para convencer as pessoas do quao importante é. Isso se deu, porque até a Idade Média o trabalho não era a preocupação central do homem. A vida se dava de maneira muito mais coletiva que individual e essa mudança (como todas as que ocorrem historicamente) foi lenta e gradual, como acontece com a mentalidade humana de um modo geral.
Após a Idade Moderna, com a transição para o mundo contemporaneo, tendo ocorrido a Revoluçao Industrial, era preciso convencer as pessoas a trabalharem. Produzir era preciso para gerar lucratividade, objetivo maior do capitalismo. No quadro abaixo é possível compreender esse processo que envolveu muitas instituições:
Convencimento do trabalho
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Igreja:
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Governos:
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Empresários:
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Escolas:
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Trabalho é um dom divino; a preguiça é um pecado.
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Leis e decretos para punir quem não trabalhasse. Polícia para prender
os vagabundos.
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Disciplina rígida com horário de entrada e saída.
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Passaram às crianças a ideia de que o trabalho é fundamental à
sociedade.
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Como se vê, esse processo é ideológico e foi amplamente difundido até ser totalmente incorporado pelo homem. Em nossa sociedade, trabalhar é tão natural quanto suprir as necessidades básicas da vida. Aquele que nao trabalha é mal visto.
Por ser o trabalho algo tão fundamental à manutenção do capitalismo, é evidente que despertou o interesse e o estudo de muitos estudiosos que tentam mensurar essa dinamica em suas teses e afins. Para Max Webber, por exemplo, o trabalho é fundamental para a existência do capitalismo. Se o trabalhador não produzir, passará fome.
Passou pelo processo de convencimento do trabalho o fato de que era necessario ter um pouco de ócio para posteriormente, se dobrar a produtividade. Quando a Revolução Industrial atingiu seu ápice, ficou perceptível a necessidade de um dia para o descanso dos trabalhadores e também para a manutenção das máquinas, surge assim, no século XIX, a segunda-feira santa, dia em que se realizavam essas duas coisas. Talvez essa seja a explicação que nos leve a entender o porquê de trabalhadores do mundo inteiro detestarem o primeiro dia útil da semana.
Muito obrigada Mariana Leal. Faço por prazer. Tudo o que a gente ama, fica bem feito. Sou uma jornalista frustrada....
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