O tema trabalho levou a elaboração de grandes teorias, sobretudo nos séculos XIX e XX, não sendo esse tema abandonado em nossos dias. Uma das teorias mais complexas a esse respeito é o marxismo. Para Karl Marx a divisão social do trabalho se realiza no processo de desenvolvimento das sociedades. A divisão social do trabalho é geradora da divisão de classes. Sendo assim, fica compreensível o fato de os trabalhadores se relacionarem sempre com seus pares. Dificilmente um executivo será amigo de um faxineiro, por exemplo.
Marx afirmava que no trabalho, a relação era de iguais. Se o empresários possuía as máquinas, por sua vez, o trabalhador tinha o domínio entre elas. Contudo, na prática, o economista sabia que não era bem assim. O detentor dos meios de produção (o patrão), predominava sobre o operário, que necessitava operar as máquinas para receber seu salário.
Na teoria marxista foi elaborado um conceito muito importante: a mais valia, segundo o qual, está definida a maneira como o patrão explora o operário e acumula capital. Mais valia é o que o trabalhador produz a mais para o patrão, enriquecendo-o. Isso se dá porque o patrão nunca paga efetivamente pelas horas trabalhadas. Ao contrário, elabora jornadas de trabalho maiores que o que se paga de fato.
Desse modo, capitalistas do mundo todo enriquecem graças ao trabalho de operários que nunca são pagos como deveriam. A isso, Marx chamou de acumulação de capital. Para ele, a mais valia se dividia em duas: absoluta e relativa.
- Mais valia absoluta é quando se aumenta as horas trabalhadas seja por contratação de mais funcionários, ou por ampliação das horas trabalhadas, como na hora extra.
- Mais valia relativa se dá quando se introduz novas tecnologias e equipamentos para aumentar a produtividade, mantendo o mesmo número de trabalhadores e os mesmos salários.
Na visão marxista, conflitos entre patrões e empregados ocorrem quando os empregados se percebem explorados e miseráveis. Por essa linha de pensamento, pode-se compreender as greves, por exemplo.
Acúmulo de capital, para Marx só é possível por causa da mais valia.
Para Émile Durkhein, no entanto, a crescente especialização do trabalho promovida pela indústria, trouxe uma forma superior de solidariedade entre os trabalhadores e não de conflito. Ele criou o conceito de solidariedade e o dividiu em dois: mecânica e orgânica.
- Solidariedade mecânica é quando os indivíduos sabem fazer quase tudo de que necessitam para viver. Neste caso, as pessoas se unem por crenças, tradições ou costumes.
- Solidariedade orgânica é fruto da diversidade e não da identidade. Dessa maneira, as pessoas se unem por necessidade devido à divisão social do trabalho.
Durkhein afirmava que na sociedade moderna a coesão se dá devido a crescente divisão do trabalho. Em sua linha de visão, os conflitos entre os trabalhadores e patrões no seculo XIX foi uma questão moral por causa da falta de anomia, ou seja, ausência ou insuficiência de leis e/ou regras.
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