segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Indivíduo e sociedade: como se dá essa relação?

O indivíduo é fundamental para que haja a própria existência da sociedade. É ele quem protagoniza a História e desenvolve no mundo diversos acontecimentos, tecnologias, descobertas, implementando sua cultura e assim por diante. Ao trabalhar, o homem não apenas organiza a sua sobrevivência, como também estabelece relações sociais fundamentais que estão ligadas não apenas à produtividade, mas, a relacionamentos, afetividade entre outras inúmeras possibilidades.
A respeito do indivíduo e da sociedade, diversos pensadores desenvolveram e sistematizaram seu pensamento filosófico. Evidentemente, essas análises passam pelo mundo do trabalho. Vejamos alguns desses pensamentos:
Karl Marx, afirmava que a análise do indivíduo deveria se dar observando o contexto de sua situação sócio-econômica, ou seja, seu estilo de vida é determinado de acordo com sua situação financeira, que irá mostrar até como se dão suas relações interpessoais, por exemplo.
Para ele, a concepção de individuo isolado, surgiu com a sociedade capitalista. Antes disso, o homem (ou o indivíduo) era visto como membro de determinado grupo. A partir da sociedade de livre concorrência (capitalista), surge o mercado onde se compra e vende força de trabalho. Uma relação que era pra ser de igualdade, torna-se desigual, pois o patrão é quem acaba ditando as regras do jogo e obtendo vantagem.
Na visão de Émile Durkhein, a sociedade sempre prevalece sobre o indivíduo, a consciência coletiva é quem dá sentido à integração entre os indivíduos. Em outras palavras, o autor diz que o que nos torna indivíduos é justamente a percepção de que vivemos coletivamente.
Durkhein, colocava a família, a escola e a justiça como base de sustentação para a permanência de elementos fundamentais na sociedade, como a moral, por exemplo. Em suas afirmações, dizia que as transformações sociais ocorrem de maneira lenta e gradual, sendo passadas de geração a geração. A Educação, tem a função de ensinar os costumes e regras. O individuo deve aprender o que fazer para nao ser punido
As prisões, na visão durkheiniana, afastam o indivíduo infrator para que este seja re-educado e assim possa voltar efetivamente para o convívio em sociedade. Em seus estudos, ele criou o conceito de anomia, que significa a ausência ou a insuficiência de normas. O pensador a considerava a geradora de conflitos sociais. 
O filósofo Max Webber, dizia que era possível compreender os indivíduos através de suas ações. Em sua teoria, a sociedade é o conjunto das ações dos indivíduos. A esse respeito, ele sistematizou o conjunto das ações da seguinte forma:

Ação Tradicional
Ação Afetiva
Ação Racional
 (valores)
Ação Racional (fins)
Costume arraigado, tradição familiar, automática, relação a estímulos variados.
Satisfação de desejos, necessidades, paixões, alegria, gozo, vingança, etc.
Convicções como dever, dignidade, beleza, sabedoria, piedade, etc.
Pensar antes de agir em determinada situação. Pesar e medir conseqüências.










No pensamento webberiano, normas e costumes são interiorizadas pelos indivíduos e não exteriores como dizia Émile Durkhein. O indivíduo ao longo de sua existencia vai guardando em si os valores que vai aprendendo ao longo da vida para utilizá-los na vida em sociedade.
Norbert Elias, concebeu um pensamento no qual refletia sobre a possibilidade de distanciar a sociedade dos indivíduos. Será possível de fato fazer essa diferenciação?
Para ele, essa relação é dinâmica e se configura entre os "eu", "eles" e os "nós". Em sua visão, não há separação entre individuo e sociedade, tudo está atrelado a um contexto. Sendo assim, ele chamava o conjunto social de sociedade dos indivíduos
Elias formulou o conceito de habitus, segundo o qual, como uma segunda natureza, o saber social seria incorporado em nossa vida social, registrando portanto, como o homem deveria portar-se nas mais diferentes esferas em sua vida coletiva. Esse conceito, mais tarde, foi incorporado por Pierre Bordier, que ampliou seu sentido. Se para Norbert Elias era algo que mudava de maneira lenta e gradual, para Bordier, era algo social e individual ao mesmo tempo, sendo ao mesmo tempo de grupo, de classe ou de indivíduo.

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