terça-feira, 8 de outubro de 2013

O trabalho nas diferentes sociedades - das tribos à Idade Média:

Trabalhar para o homem contemporâneo é uma atividade que envolve uma teia complexa de relações. Terá sido sempre assim? É evidente que não. Para entender melhor essa relação, é preciso observar como ela se desenvolve ao longo da História. 
Nas sociedades tribais, todos sabiam fazer de tudo ou pelo menos cumprir com suas atribuições integralmente. Os bens comuns eram distribuídos em certos rituais. As divisões de tarefas se davam de acordo com o sexo e a idade da pessoa.
O antropólogo Marshall Sahlins, em seus estudos sobre as sociedades tribais, as classificava com sendo aqueles que se abrem a abundancia, tendo menos horas de dedicação ao trabalho do que nós, os homens "civilizados" do século XXI. Neste caso, o trabalho era realizado tendo um objetivo a ser cumprido e não uma meta de produtividade para gerar lucros.


Se nos direcionarmos a origem da palavra trabalho, veremos que seu significado vem do latim tripallium (instrumento de tortura medieval). Essa associação se dá por ser o trabalho uma atividade penosa e torturante para muitos.
Na Grécia e em Roma antigas, o trabalho usado provinha da escravidão. Mesmo os homens livres eram de alguma forma explorados. Para os gregos, especialmente, o trabalho era definido em três formas distintas, a saber: labor, poiesis e práxis. No quadro abaixo, essas definições ficam mais compreensíveis:

Definições gregas de trabalho:
Labor
Poiesis
Práxis
Esforço físico voltado para a sobrevivência do corpo. Atividade passiva e submissa.
Ato de fabricar, criar algo com um instrumento ou com as mãos.
Atividade de quem tem a palavra como principal instrumento.

A estrutura de trabalho medieval, se dava de forma piramidal, tendo na base a sustentação de toda a sociedade e no topo, quem mais se beneficiava com o trabalho de quem realmente empregava seu esforço. Na estrutura abaixo é possível verificar tal estrutura:



No decorrer da Idade Média, o trabalho era essencial para manter a estrutura da sociedade. Além dele, havia uma série de impostos e tributos,  que sustentavam quem se encontrava no topo da pirâmide, ou seja, o clero. Esses impostos também beneficiavam quem se concentrava na linha intermediaria, o senhor feudal, que distribuía seus bens para serem administrados por quem de fato trabalhava para manter toda a estrutura social: os servos e aldeões.

Impostos feudais:
Corvéia
Talha
Banalidade
Cultivo nas terras do senhor feudal.
Taxa sobre tudo o que se produzia.
Pagamento pelo uso de moinhos, fornos, tonéis, etc. (espécie de IPTU medieval)

Na Baixa Idade Média, haviam as corporações de oficio, espécie de associação de trabalho que surgiram no século XII, como forma de regulamentar o trabalho dos artesãos das cidades medievais,  Essa relação também se determinava de maneira piramidal:


Compreender o trabalho medieval é de suma importância, pois é ele quem determina a transição para o mundo moderno e, consequentemente, para o mundo contemporâneo. Na estrutura das corporações de oficio se fez a base para o renascimento. Chamava-se corporação de oficio, porque nessa estrutura se dava espaço para o desenvolvimento de um oficio apenas, transmitido as futuras gerações e aperfeiçoado ao longo do tempo. Os ofícios eram de: tecelão, padeiro, carpinteiro, pedreiro ou comerciante, por exemplo.
Nesse sistema, os trabalhadores residiam no mesmo local de trabalho. Para passar da condição de aprendiz para mestre, eram necessários 10 anos, no mínimo. O objetivo das corporações de ofício era garantir a qualidade, a quantidade e combater a concorrência desleal.

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