sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Políticas docentes no Brasil, um documento escrito a seis mãos:


Em setembro de 2011, foi elaborado um documento da Unesco  e do MEC, a respeito das políticas docentes no Brasil, as autoras, Bernadete Angelina Gatti, Elba Siqueira de Sá e Marli Elza Damazo de Afonso André, especialistas em educação, traçaram o perfil docente através das políticas públicas desenvolvidas no país. 
Elas iniciam o texto mostrando o quanto é importante essa área para a sociedade. As pessoas, de um modo geral, a valorizam e a enxergam como sendo de suma importância. Contudo, a maneira como os governos a encaram é que demonstra o valor que de fato um país (em toda a sua divisão política) dá a ela. Isso, porque analisando como se implementam suas políticas, seu financiamento, seu gerenciamento, etc tem-se a exata noção se essa área é de fato valorizada. Elas mostram o conceito de "governos da educação", utilizado por Tedesco em 2010, para tratar do modo como os governos tem tratado a Educação, em alguns casos, a utilizando como marca de governo. Adiante, as autoras refletem se há de fato uma integração entre as politicas educacionais em todas as suas esferas (federal, estadual e municipal). 
Há uma reflexão sobre o caráter democrático dos governos latino americanos, que recém-saídos de ditaduras, mesmo na democracia não atingiram o grau de maturidade necessário para lidar com as questões educacionais. Muitos continuam com estruturas muito semelhantes aos velhos tempos.
Diante dessas questões (e de muitas outras que são analisadas em gráficos e tabelas), as autoras lançam o olhar sobre o professor. Profissional de extrema relevância na condução da instrução da sociedade, tem sido tido dificuldades na formação inicial, na continuada, recebendo baixos salários e tendo planos de carreira nada estimulantes muitas vezes. Isso tem se refletindo na procura de muitos em se especializar na área da Educação, tendo o professor como objeto de investigação.
Especificamente a respeito da docência, as autoras citam autores europeus que analisam essas questões em seu continente, chamando a atenção para os aspecto sócio-políticos e históricos. Todos eles falam da necessidade de se atrair, capacitar e conservar docentes eficientes. O que esses estudiosos demonstram que a carreira docente:

  1. tem atraído muito poucos talentos, já que tem se mostrado uma carreira pouco atrativa;
  2. diversos países tem diminuído seus investimentos na área;
  3. necessidade de proporcionar formação continuada;
  4. melhoria nos critérios de seleção desses profissionais;
  5. apoio aos ingressantes na carreira.


Por outro lado, esses mesmos estudiosos citados pelas autoras, apontam como caminhos adotados por esses mesmos países europeus, a preocupação com a qualidade e não com a quantidade na Educação. Para que isso ocorra, é preciso melhorar os critérios de seleção de professores, tanto no ingresso, como ao longo da carreira, promovendo formação e avaliação continuas, para tanto, é necessário que o professor tenha um novo perfil, que se adeque ao trabalho em equipe, tenha mais conhecimento pedagógico, e, sobretudo, tenha uma escola mais autônoma e descentralizada do professorado à gestão. Para se atingir tal objetivo, é necessário:

  1. estudar as novas competências que o professorado deve adquirir na sociedade atual.
  2. tornar a profissão mais atrativa, seja na entrada, seja no seu percurso, para reduzir a escassez de professores em muitos países (melhorar o salário, a imagem e o prestígio social, a carga de trabalho, a segurança no trabalho e a carreira).
  3. tornar a instituição educativa mais autônoma, mais responsável pela sua gestão pedagógica,  organizativa e de pessoal.


Voltando à analise da América Latina, estudiosos afirmam que no continente:


  1. estudar as novas competências que o professorado deve adquirir na sociedade atual.
  2. tornar a profissão mais atrativa, seja na entrada, seja no seu percurso, para reduzir a escassez de professores em muitos países (melhorar o salário, a imagem e o prestígio social, a carga de trabalho, a segurança no trabalho e a carreira).
  3. tornar a instituição educativa mais autônoma, mais responsável pela sua gestão pedagógica, organizativa e de pessoal.

Nesse caso, os motivos apontados estão no fato de o magistério ser uma carreira mais voltada às mulheres. O que faz com que muitos governos latino-americanos a desprezem. Acrescenta-se a isso, o fato de atrair pessoas jovens e inexperientes. Nos estudos, as autoras identificaram que em diversos países, há de fato uma politica voltada para a Educação, porém, quanto mais complexa ela for, mais difícil será a sua implementação. No caso do Brasil, se não ficarem claras as regras de implementações dessas políticas, as metas e objetivos não serão cumpridos.
Para uma politica educacional ser bem sucedida é necessário que haja a adesão dos docentes a ela. Caso contrário, não se obtém exito. As avaliações externas, tem como finalidade garantir ao alunado o direito de aprender. Porém, é notório que os sistemas educacionais não tenham atingido os objetivos por conta da própria falta de estrutura do sistema. Contudo, nos últimos anos, a federação em todos os seus níveis tem tido preocupação com essa área e tem buscado implementar politicas que vão das avaliações à formação de docentes. Já é um grande avanço.

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