sábado, 9 de março de 2013

Poesia de Vinicius de Moraes - pra ler e se deliciar:



Vinicius de Moraes foi um intelectual, um boêmio  um amante da vida e das mulheres. De diplomata e cidadão responsável nos anos 40 à compositor boêmio da bossa nova nos anos 50 e 60. Um homem de múltiplas facetas. Muito sensível às paixões. Casou nove vezes. Vivia intensamente seus amores.
Sua obra é bastante variada e inclui literatura, teatro, cinema e música. Um dos principais parceiros do poetinha foi o grande Tom Jobim.
Para quem quiser conhecer e saber um pouco mais sobre Vinicius de Morais, recomendo o site www.viniciusdemoraes.com.br que disponiiliza a biografia e a obra desse ilustre brasileiro, figura cativa nos livros didáticos, onde se destacam sonetos clássicos do poema nacional que marcam pela beleza e sobretudo pela profundidade de suas palavras tão bem colocadas.
Aqui, destaco um poema que sintetiza grandemente esse homem que amava as mulheres que por isso mesmo, nunca conseguiu dedicar-se a uma só a vida inteira, mas que lhes deu amor eterno enquanto durou o relacionamento. É para ler e se deliciar:

O namorado das ruas:

Eu sou doido por Alice
Mas confesso que a meiguice
De Conceição me alucina.
Lucília não me dá folga
Porém que amor é Bambina!
Por Olga já fiz miséria
Perdi dinheiro e saúde
Mas quando a Maria Quitéria
Apareceu, eu não pude...
Mais tarde, dona Florinda
Quase me pega, que uva!
Depois foi a viúva Dantas:
Nuca vi coisa mais linda
Do que o morro da Viúva.
Em seguida foram tantas
Que já nem estou mais lembrado
Foi Tereza Guimarães
Foi Carolina Machado.
Hilda tinha tanto fogo
Que eu, fraco, sem poder mais
Mudei para Botafogo
Meus casos sentimentais.
Minha dona Mariana
Que saudades da senhora...
Como foi bom seu convívio
Depois que deixei a Aurora!
Foi por essa ocasião
Que eu, numa questão de dias
Namorei tantas Marias
Quantas encontrei à mão.
Primeiro Maria Amália
E logo Maria Angélica
Que larguei por Marieta
Por achá-la um tanto bélica.
Maria do Carmo deu-me
Momentos a não esquecer
E a bela Maria Paula...
Morei nela de morrer.
Estela... de minha vida
Nunca vi coisa mais nua
Nem mais ardente; foi ela
Quem mostrou-me o olho da rua.
Em Ana Teles perdi
Os meus versos mais profundos
Depois passei-me para Alcina:
Como adorava os baldios
Que existiam nos seus fundos!
E Irene... como era triste!
No entanto, tão bem calçada...
Nela gastei muito alpiste
Para a sua passarada.
Mas se me disserem: poeta
Qual o nome mais amado
Das ruas que conheceu?
Eu tanto tempo passando
Ó minha Joana Angélica
Iria dizer o teu.

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